O Sorriso da Desgraça

sábado, 28 de maio de 2011

Há momentos em que me pergunto o quanto ainda posso me afundar neste poço sem fim. Pergunto-me se realmente esse é o último porão que abrirei, o último rato que verei, o último frio que enfrentarei. Dizem que não amar é sofrer em dobro, é se deparar com desgraças quase que sequenciais. Dizem que a solidão não é amiga de ninguém, e sim falsa e calculista - que apenas estuda seu inimigo para derruba-lo na hora certa. Dizem que quem tudo quer nada tem. De fato, isso tudo é verdade, provo e comprovo com minha experiência mais que vivida, pois ainda se vive cenas dessa novela. O que me incomoda é o fato de não ter buscado nada disso para mim, muito pelo contrário. O fato de pedir, agradecer e esperar aquilo que não chega. O que encontro vem com defeito, quebrado, sobrado, nada por inteiro. Até quando aguentarei? Isso só Ele pode saber. Mas o que sinto é que num determinado espaço do indeterminado tempo eu me cansarei desses desencontros de desejos e ambições.

O Lobo

segunda-feira, 23 de maio de 2011

o lobo é mau, e o atual presente em que me encontro é pior ainda. de fato, não está nada ruim em vista do que foi um dia, muito pelo contrário, há momentos que o presente se apresenta como a fase a brilhantina, se é que me entende. mas basta fechar os olhos para um vulto sentar ao meu lado, encostar sua cabeça em meus ombros e me mostrar todas as alegrias e tristezas que me levaram para onde estou. sim, te tratei mal, mas por auto defesa. minha sorte foi mudar a ideia de não dizer nada frente a frente. sinto informar mas ainda continuo vivendo, crescendo e rindo. rindo sempre, pois o riso é o remédio da alma. agora, o lobo, que é mau, perde o pelo mas não o costume. abra o jogo e seja sincera. não há mais público, não há mais expectativas, talvez nem haja mais paixão nisso tudo, apenas tenha sobrado a saudades que o vulto trás.

por você...

domingo, 15 de maio de 2011

por você mudei. por você fui muito mais além da contra mão, mais até do permitido, mas até o imaginável, mais até do aceitável. por você confrontei-me com amigos, parentes e, pior, comigo mesmo. por você deixei de lado boas histórias, não reclamando das que vive, mas pensando no que poderia ter vivido além. por você sorri, chorei, sofri e sonhei. por você estive no fundo de um poço que parecia jamais ter volta, um fundo do qual ainda carrego a sujeira em meus ombros, sujeira que impregnou na alma. por você achei, por um instante, que a vida não tinha mais valor. por você... e logo você pois tudo a perder, por diversas vezes pois tudo a perder. por você eu vou viver, por saber que me ama, que me quer bem. esse é o bem que pode me fazer, me deixar viver.